Category Archives: Shape & Design

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Triquad Fin System

O conceito Multisystem foi criado e desenvolvido pelo australiano Bruce McKee, de 2001 a 2012, cujo trabalho e pesquisas relativas à disposição das quilhas na prancha, tive acesso durante minha visita à Portugal em 2007, quando por lá estive ministrando meu curso de shape.

Mas foi somente em 2011, que o sistema criado por McKee, realmente alavancou no mercado: foi quando Kelly Slater decidiu mudar o design de suas pranchas e passou a utilizar um novo modelo de prancha idealizado pelo próprio Slater, em parceria com seu shaper Al Merrick, que representa a última quebra de paradigmas no mundo dos designs: a SEMIPRO 12.

A partir de então, elas se tornaram menores e mais largas, sobretudo na proporção do bico em relação à rabeta e consequentemente, mais versáteis e ajustadas ao surf moderno de manobras progressivas e rotatórias. E um dos grandes diferenciais desse novo modelo era justamente o sistema Multisystem do McKee, equipado com 05 copinhos. E foi usando a SEMIPRO 12 equipada com 4 quilhas, ao invés de 3, que Slater obteve as vitórias mais importantes que lhe garantiram seu último título mundial em 2011. 

Desde então, o sistema TRI-QUAD se tornou a mais nova tendência no mundo das quilhas e perdura até os dias de hoje, embora não tenha tomado o lugar das Tri-fins criadas por Simon Anderson em 1981 e continuam a ser o sistema mais popular no mundo; mas variados modelos continuam sendo lançados no mercado, equipados de fábrica com o sistema TRI-QUAD, cujo último “boost” foi dado agora em 2021, pelo nosso super brazuca Filipe Toledo que, utilizando uma prancha equipada com sistema TRI-QUAD, equipada também com 04 quilhas, superou até mesmo Gabriel Medina, para vencer nas longas e velozes ondas da piscina, em Lemoore CA. 

Em termos de performance, o sistema com 03 quilhas continua insuperável, mas em alguns tipos de onda, não há como negar a funcionalidade das Quad. As quilhas dianteiras são comumente as mesmas do jogo de tri-fins, mas a triquilha traseira, por possuir duplo foil e consequente maior arrasto, por um lado, mantem a prancha mais facilmente na área crítica da onda (pocket) mas, quando tiramos a triquilha traseira e a substituímos por duas quilhas menores, com foil apenas externo (Quad moderna), obtemos uma prancha com menor drag (arrasto) em função do foil apenas externo e como as duas quilhas menores somadas possuem área pouca coisa maior do que à de uma trifin traseira, acabam por gerar mais impulsão e velocidade, tanto em ondas pequenas e fracas, quanto também em ondas mais rápidas e velozes. Considerando as funcionalidades de cada conceito, podemos então concluir que o sistema de quilhas desenvolvido por Bruce McKee garante uma prancha mais versátil e adaptável às mais diversas condições de mar, do que somente uma triquilha ou quadriquilha fariam isoladamente, de maneira que considero o sistema TRI-QUAD uma tendência que tem tudo para popularizar à cada dia mais.

Aloha, boas ondas, Henry Lelot         


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Acompanhamento Online

Acompanhe ONLINE,  a confecção de sua Prancha !

Ao encomendar a sua nova HLelot sob medida, você poderá acompanhar “Online” em tempo real (via whatsapp), todo o processo de produção de sua prancha, a partir do projeto customizado, processo de shape e laminação, até o acabamento final. Acompanhe, na sequencia abaixo, a confecção de sua nova TURBOSK8, totalmente customizada para o perfil do nosso amigo Carlos Banana, que passa diariamente para a galera de Sampa, as condições do mar e onde estão rolando as melhores ondas, através do Disksurf, primeiro informe das ondas do Brasil:


1 – Projetando sua Prancha…

A primeira fase do processo é a elaboração do projeto de sua prancha, totalmente customizada para o seu biótipo, nível de surf, forma física e faixa etária e o envio (pelo zap) das dimensões com visualização em 3D, para sua prévia aprovação. O cálculo do volume ideal para o seu perfil é 100% automatizado, com base na Tabela Internacional de Recomendação de Volume e a graduação da litragem leva em consideração até mesmo a temperatura da água, com base no peso da roupa de neoprene que você costuma usar.


2 – Confeccionando sua prancha…

Para garantir máxima precisão nas medidas de sua prancha, seja sua prancha feita na mão ou na máquina, utilizamos o revolucionário sistema Master Shape3D, que pode ser considerado a tecnologia de shape mais avançada do planeta >>> Saiba mais


3 – Seu novo Foguete, saindo do Forno… 



 


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A Evolução das Quilhas

Category : Shape & Design

O ato de deslizar sobre as ondas em uma prancha de madeira teve origem no oeste da polinésia há cerca de 3000 anos atrás. As pranchas não possuíam quilhas e a única forma de direcionar a prancha era esticando os pés e mergulhando-os na água. Mas os antigos hawaianos não se preocupavam com manobras, bastava a satisfação de se manter em pé na prancha em linha reta, enquanto as ondas os levavam até a praia.

Em 1934, Tom Blake, criador das pranchas ocas entre vários outros inventos, buscando encontrar uma forma de melhor controlar a direção de sua prancha, instalou nela um estabilizador, com base larga (12 polegadas) e pouca profundidade (4 polegadas), que se tornou o primeiro conceito de quilha: Nasceu a Single Fin.

O design das quilhas evoluiu desde então, para as formas atuais, através de grandes shapers, muito influentes em suas épocas, como Bob Simmons, George Greenough e Bob Mc Tavish, responsável pela introdução das quilhas em pranchas menores e mais leves, feitas em fibra de vidro, que então chegavam ao mercado. Foram décadas de hegemonia das monoquilhas (Single Fin) até que no início dos anos  70, quando o shaper californiano Steve Lis lançou as revolucionárias Fish, com suas Twin Fins, design que se tornou muito popular na época.

Anos depois, o surfista e shaper australiano Mark Richards, fez alguns ajustes no design da Fish e, com suas biquilhas (Twin Fins), venceu quatro títulos mundiais consecutivos (1979 – 1982), mudando para sempre a direção do surfe moderno.

       Single Fin                  Twin Fin                     Thurster                     Bonzer                      Tri-Quad 

Em 1981, o também surfista e shaper australiano Simon Anderson venceu duas etapas seguidas do circuito mundial, com um modelo de prancha totalmente diferente, que possuía 3 quilhas de tamanho igual. Eram as primeiras “Thrusters”, que permitiam uma linha de surfe mais radical e jogavam mais água nas manobras, mudando os rumos do surf moderno, e que predominam no mercado até os dias de hoje. Mas não podemos deixar de mencionar as populares Bonzer, design original das tri fins, criadas pelos irmos Campbell em 1970 – uma Single fin com dois (ou quatro) estabilizadores laterais.

Também no início dos anos 80, o surfista e também shaper australiano Glenn Winton (Mr.X), quase conquistou o título mundial usando em algumas etapas do circuito, pranchas com quatro quilhas. Mas o verdadeiro criador deste novo design, como nos esclarece o próprio em ordem cronológica, nas linhas abaixo, foi, na verdade, o legend brasileiro e, na época ainda shaper, Ricardo Bocão. Houve uma febre na época, mas a Thurster (Trifin) manteve sua hegemonia no mercado. Já nos anos 90, o australiano radicado em Portugal, Bruce McKee, voltou com as quatro quilhas através de seus experimentos com as quilhas de encaixe FCS, em pranchas com 05 copinhos, introduzindo o sistema Tri-quad, que permitia a prancha funcionar como thruster ou quad, de acordo com a conveniência do surfista. A Lost também contribuiu na popularização do novo conceito através da Round Nose Fish que vinha equipada de fábrica com 05 copinhos, mas o maior incentivador da popularização do sistema tri-quad nos tempos modernos foi Kelly Slater, que venceu seus dois últimos títulos mundiais, usando o sistema tri-quad em suas pranchas, para vencer eventos importantes, como em Hossegor e Backdoor Pipeline, para chegar ao título. A partir de então iniciou-se uma tendência do conceito tri-quad, que perdura até os dias de hoje; inclusive acabamos de assistir, há muito pouco tempo, o brasileiro Filipe Toledo desbancar seu compatriota Gabriel Medina, na piscina do Slater em Lemoore CA, fato que, muito provavelmente, deverá ocasionar uma nova onda do sistema tri-quad, como diferencial de fabrica dos novos modelos que serão lançados no mercado, ao longo dos próximos anos.   


QUILHAS DE ENCAIXE

Na época das Single Fins, haviam as caixas de quilha, que permitiam posicionar a quilha mais para frente ou para trás, de acordo com o estilo de surfe, tipo e tamanho das ondas. Já nas últimas décadas, muitos sistemas de quilhas de encaixe tem sido lançados no mercado, que permitem todo tipo de ajustes, e com inúmeros modelos assinados pelos melhores shapers e testados por grandes surfistas, destacando-se o pioneiro sistema FCS, que continua sendo o mais utilizado em todo o mundo.

Novos materiais têm sido utilizados, como o honey comb (coremate), que proporciona quilhas mais leves, além do carbono e o composite de plástico injetado com pó de fibra. Esses materiais tem sido combinados entre si mas a fibra de vidro ainda é o material que proporciona maior impulsão e consequentemente, projeção, ou seja, a tradicional fibra de vidro continua a ser o material com melhor relação flex-deflex para o surf de alta performance.


OS SISTEMAS DE QUILHA E SEU FUNCIONAMENTO 

Em termos de funcionamento, uma Single Fin proporciona manobras maior aderência, porém a prancha necessita usar mais espaço para as manobras. Atualmente é usada em longboards, e alguns modelos da linha Fun, proporcionando manobras clássicas e “nose riding” mais prolongado, em função da maior profundidade da quilha, que garante o drive e evita desgarrar a rabeta.

Já uma Twin Fin é mais comumente encontrada em modelos Retrô (Old School) e modelos para ondas pequenas. Proporciona maior agilidade na troca de bordas, possui porém, menos drive (direção), ocasionando manobras menos potentes (joga menos água). Não tem boa capacidade de pivot, ficando com drive insuficiente para ondas maiores e mais fortes.

A Thurster, criada por Simon Anderson em 1981, trouxe como principal inovação, o sistema de 03 quilhas, que continua a ser o mais popular do mundo. Proporciona maior direção e velocidade, garante maior inversão da direção da prancha e joga mais água nas manobras. É solta e segura ao mesmo tempo, tanto em ondas menores, quanto maiores. Realmente não é por acaso que continua a prevalecer no mercado após quase 30 anos de seu lançamento.

A Quad tem se mostrado uma ótima opção para alta performance. Por possuir menos arrasto, ela permite conectar as sessões com mais facilidade e menor esforço, proporcionando uma linha de surf mais limpa, como pede o surf moderno. Em ondas com pouca força, também tem se mostrado excelente opção pelo mesmo motivo. Em ondas ocas e rápidas também proporciona excelente performance, passando sessões rápidas com segurança e velocidade. Tem sido testada por inúmeros shapers e seu potencial de desenvolvimento é considerado muito grande.

Mas em termos de performance, o sistema com 03 quilhas continua insuperável, mas em alguns tipos de onda, não há como negar a funcionalidade das Quad. As quilhas dianteiras são comumente as mesmas do jogo de tri-fins, mas a triquilha traseira, por possuir duplo foil e consequente maior arrasto, por um lado, mantem a prancha mais facilmente na área crítica da onda (pocket) mas, quando tiramos a triquilha traseira e a substituímos por duas quilhas menores, com foil apenas externo (Quad moderna), obtemos uma prancha com menor drag (arrasto) em função do foil apenas externo e como as duas quilhas menores somadas possuem área pouca coisa maior do que à de uma trifin traseira, acabam por gerar mais impulsão e velocidade, tanto em ondas pequenas e fracas, quanto também em ondas mais rápidas e velozes. Considerando as funcionalidades de cada conceito, podemos então concluir que o sistema de quilhas desenvolvido por Bruce McKee garante uma prancha mais versátil e adaptável às mais diversas condições de mar, do que somente uma triquilha ou quadriquilha fariam isoladamente, de maneira que considero o sistema TRI-QUAD uma tendência que tem tudo para popularizar à cada dia mais.

O sistema de quilhas Tri-Quad tem se tornado cada vez mais presente nos modelos lançados em todo o mundo e continua, a cada dia, conquistando novos adeptos, porque torna a prancha realmente mais versátil (Clique aqui e saiba mais)


A HISTÓRIA DA QUATRO QUILHAS por Ricardo Bocão

Ainda no início dos anos 80, houve uma certa polêmica em torno da autoria da criação das quatro quilhas. E quem esclarece a história para nós é o brasileiro Ricardo Bocão, verdadeiro criador do invento, que vem se consolidando como ótima opção na preferência do mercado mundial: 

   

Fotos: à Esquerda, RB, o verdadeiro criador da quad, na areia em Itaúna, julho de 82, com janela de acrílico e figuras geométricas dentro. Foto: Nelson Veiga e à direita: 1981 – Bocão e sua testemunha no momento da criação: o Jornalista Rosaldo Cavalcante ainda moleque…

O fato é que a primeira quatro quilhas da história foi shapeada e laminada na oficina Brazilian Dreams, onde Ítalo Marcelo (Capacete) também shapeava, em julho de 1981, apenas tres meses depois do Simon Anderson chocar o mundo com a sua triquilha em Bells. E nada como ter a história narrada pelo verdadeiro criador da invenção:

 “No momento exato em que eu tive a idéia, estava ao lado do Rosaldo Cavalcanti, um dos jovens surfistas que faziam parte de minha equipe na época, e hoje um jornalista respeitado que nunca se furtou de testemunhar o que ele escutou da minha boca e viu naquele dia, na calçada no Meio da Barra. Antenado, como sempre foi desde moleque, Rosaldo queria uma tres quilhas e soube que o Valdir tinha chegado da Australia/Bali com uma. Ele ligou para o Valdir pedindo a prancha emprestada para levarmos à oficina. Isso aconteceu apenas tres meses depois do Simon mostrar ao mundo a sua invenção vencendo em Bells 15 pés. Pegamos a prancha e antes de ir para a oficina na Barra, resolvi ir surfar com a tres quilhas do Valdir para tentar sentir alguma coisa dentro d’água e poder fazer o melhor possível para o Rosaldo. Levei a minha biquilha também. O mar estava meio ruim, mas deu para surfar. Enquanto o Rosaldo surfava com a biquilha dele, eu alternei, usando uma meia hora a minha biquilha e uma meia hora a triquilha McCoy do Valdir.

Na verdade, achei a triquilha do McCoy uma m… Fundo meio reto, na área da rabeta totalmente reto, sem Vbottom, nem concave, as bordas muito “box/quadradas” e duras e uma rabeta squash meio larguinha. Mas o Rosaldo queria uma igualzinha… Quando saí da água, coloquei as duas pranchas na calçada de terra batida, com o fundo para cima, os bicos apontados para mim e me afastei para ver e comparar o posicionamento das quilhas. Olhei para uma, olhei para outra e de repente, quando olhei novamente a biquilha, me veio a visão exata de duas outras quilhas atrás das quilhas grandes, um pouco mais para dentro e na mesma angulação, totalmente paralelas. Foi exatamente assim que aconteceu. .. Com o Rosaldo ao meu lado e o susto da idéia, falei: “caramba, Rosaldo, tive uma ideia…” Nem bem terminei de falar e ele retrucou: “Aí, não vem não Boca, voce vai fazer a minha prancha como eu tô pedindo, hein…”. 

Em novembro de 81, Glen Winton chegava no Havaí com um quiver triquilha para ondas pequenas e outro quiver singlefin para ondas médias e grandes. Eu cheguei no mesmo mês de novembro (apenas quatro meses depois de ter criado a quatro quilhas) para competir no Pro Class Trials em Sunset e no Pipeline Masters com um quiver exclusivamente de quatro quilhas: uma 5’8”, uma 6’8” e uma 7’4”!! Tenho fotos do Gordinho comigo chegando com as pranchas ainda sem lixar as quilhas nas areias de Sunset Beach, surfando e competindo nessa temporada havaiana exclusivamente com quatro quilhas.

RB cavando em Jocko’s Havaí em 83com uma 6’6” 4Fin doublewing swallow. Foto: Gordinho

Todo mundo me zoou no gramado da casa do fotógrafo Bernie Baker, que organizava o Pro Class Trials e onde todos ficavam durante o campeonato: Randy Rarick, Shaun Tomson… Eles zoaram, mas não se esqueceram. Quando o Shaun veio aqui no ano passado para divulgar o “Bustin Down the Door”, demos risadas lembrando que ele tinha me dito (quando viu as quatro quilhas): “Porque você não coloca umas quilhas no bico da prancha também?” me zoando. O Aaron Chang fotografou os meus modelos nesse mesmo gramado e uma foto foi publicada na Surfing (com a 7’4” double wing pin), edição de Julho’82 (que saiu em março de 82), eu no meio de outros dois modelos “malucos” de quilhas na pequena matéria “zoando forte” os três modelos.  

Engraçado né, uma revista americana “especializada” zoando um modelo que mais tarde seria usado por garotos modernos da California para dar aéreos, pela galera do Tow In e mais recentemente até para Guns de Waimea, como a que foi usada por Jamie O’Brien nesse último Eddie Aikau.

Por 2 anos inteiros (de Julho de 81 até Julho de 83), viajei para os campeonatos da ASP na Califórnia, África do Sul, Brasil, Hawaii, etc… exclusivamente com pranchas 4 quilhas sem ver ninguém, nem mesmo o Glen Winton com uma 4 quilhas sequer! DOIS ANOS !! Ele (o Glen Winton) competiu na minha bateria no Pipe Masters de 1982 (no meu segundo inverno havaiano, só com 4 quilhas) – tenho foto do Gordinho no briefing do “beach Marshall” antes de entrar na água (éramos seis competidores), eu com uma 6’10” quatro quilhas e ele com uma 7’2” single fin azul (tenho também no Woohoo cenas dessa bateria em 16mm filmadas pelo Curt Mastalka).

Então a possibilidade de que o Glen possa ter desenvolvido a 4 quilhas na mesma época que eu, ele lá na Austrália e eu aqui no Brasil, em meu ponto de vista é pura “balela”, de boa parte da comunidade internacional, criada dois anos depois, quando as 4 quilhas viraram febre no verão de 83 nos EUA. Uma febre curta, que durou apenas uns 8 meses (como me contou o Horácio Seixas pelo telefone dos EUA depois de ter laminado 450 pranchas quatro quilhas na California), mas foi intensa.

Ora,  supondo que o Glen tivesse realmente criado a 4 quilhas antes ou na mesma época que eu, pergunto:

  1. Porque, entre abril de 81 (quando Simon venceu o Bells com a 3 quilhas) e novembro de 81 (quando eu apareci no Hawaii com tres pranchas 4 quilhas), não se ouviu falar nada do Glen com a 4 quilhas e não existe registro de nenhuma foto em revista ou nenhum outro lugar dele com uma prancha 4 quilhas ?
  2. Porque naquela primeira temporada havaiana 81/82, todos os competidores, inclusive o Glen Winton, estavam com guns single fin ? Os competidores (todos, de Mark Richards a Shaun Tomson, passando por Tom Carrol e cia…) ainda não tinham assimilado a triquilha para as suas guns. Apenas o Simon Anderson e seu pupilo Mike Newling (um escocês que morava na Australia) tinham guns triquilha e eram a sensação em termos de design na chegada ao Hawaii naquele inverno.  Além deles, em termos de design diferente, eu estava com tres pranchas 4 quilhas e era motivo de chacota e zoações e o Cheyne Horan começava a tentar misturar aqueles modelos excêntricos de pranchas largas, grossas e “needle nose” do McCoy às suas guns. Porque o Glen Winton não apareceu com uma 4 quilhas no Hawaii, o melhor lugar para testar e divulgar a criação do modelo ?
  3. Porque o Glen Winton não foi fotografado pelo Aaron Chang (staff photographer da revista Surfing) com um modelo 4 quilhas, naquela primeira temporada havaiana, mesmo que fosse para zoar ? (resposta: porque ele não tinha nenhuma 4 quilhas no seu quiver)
  4. Porque o Glen Winton, depois dessa temporada no Hawaii’ 81/82, não apareceu nos campeonatos  do Tour de 82 e primeiro semestre de 83, com uma 4 quilhas? Sabe quem deu a primeira visibilidade concreta, sem zoação, para as 4 quilhas no exterior ? Foi o Joey Buran e o Willy Morris juntos numa foto de página inteira, de julho de 83, na Surfing ou na Surfer, posando cada um com uma 4 quilhas, idênticas ao modelo criado por mim (mesmo outline e mesma profundidade das quilhas de trás, posicionamento das quilhas de trás em relação às quilhas da frente e em relação às distâncias das bordas). Idênticas ! E sabe porque eu escrevo com tanta propriedade ? Porque tenho, como te falei, vários slides (uns 30) com as 4 quilhas no Hawaii em 81 e de novo na temporada havaiana de 82/83 oito meses antes de ser publicada a primeira foto do Joey e do Willy Morris. Tenho também fotos no OP Pro em Huntington de 82 com uma 4 quilhas e janela de acrílico, na África do Sul, etc… Posso te mostrar com o maior prazer. Estão aqui na minha casa em Ipanema. Ainda, porque não foi o Glen o primeiro a aparecer numa revista de surf em destaque com as 4 quilhas ? Estranho, não é ?
  5. Por último, a informação de que o Glen quase venceu um título mundial com as 4 quilhas deve ser revista, porque na etapa de Biarritz, que ele ganhou do Potter na final, Glen estava de triquilha. O Pipe Masters que ele se destacou foi em cima de uma gun normal triquilha azul/roxa. Nunca o vi competindo regularmente com a 4 quilhas e nessa época eu estava no circuito direto.

Mas imagine você tendo uma criação sua zoada durante dois anos inteiros por quase todo mundo, no Brasil e no exterior, com você investindo toda a sua grana para viajar e competir no máximo de eventos do Tour (umas quatro viagens por ano), sendo zoado pelos estrangeiros de A a Z e ver depois a sua criação aparecer nas revistas de surf, nas mãos de dois americanos, sem menção nenhuma à você.

Depois disso, você ler histórias de que o Glen Winton foi um dos primeiros a usar, que o Glen Minami foi um dos primeiros também com as tal das “Twinzers” nos pés do Martin Potter … E depois de uns 20 anos (2005), ver novamente o modelo começando a ser usado naquelas “ Round Nose Fishs” da Lost com a molecada dando aéreos em Trestles e em toda a Califórnia, o modelo começar a fazer parte dos mais variados modelos dos shapers que finalmente abandonaram a ditadura das pranchas estreitas e finas, um dos Hobgoods vencer um evento na Califa falando maravilhas do modelo (que o shaper tentou se apropriar colocando uma rabeta “estrela”, como se o conjunto é que tivesse dado certo), ver o modelo começando a ser usado em várias pranchas de Tow In em ondas gigantes pelo mundo (quer melhor prova que o modelo tem o seu espaço do que isso ?), até chegar ao fato inusitado (isso nem eu imaginei) de o modelo ser usado em algumas Guns de Waimea, agora no Eddie Aikau!!

Detalhe importante: e você “chupando o dedo”, vendo tudo isso acontecer sem nenhum reconhecimento da mídia especializada no exterior e nem mesmo no Brasil, o seu país!  

RB no Arpoador competindo na Copa CCE 82 com uma 4fin 6’0” doublewing swallow. Foto: Nelson Veiga

Sabe qual é o resultado concreto do desinteresse dos veículos de informação a respeito da figura do criador das 4 quilhas? É o Sylvio Mancusi escrevendo no Waves um texto sobre o assunto e colocando o Glen Minami (risível!) como um dos pioneiros das 4 quilhas e ainda discutindo comigo por email, duvidando da minha história e ainda tentando trazer o Cheyne Horan para o centro da discussão, ao invés de assumir a ausência de uma pesquisa dele sobre o assunto com pessoas da época (81/83) em que ele ainda não tinha idéia do que estava acontecendo no surf. O resultado concreto também é o seu esquecimento (não estou “apontando” o dedo não, numa boa) ou até a sua dúvida quanto ao fato de eu ter criado a 4 quilhas. E isso, dentro da “grande mídia especializada”, tem sido uma constante! Ao invés de irem a fundo na história para descobrir quem foi que inventou e divulgou lá atrás em 81/83, preferem dizer que foi o Glen Winton e pronto. Mais adequado aos australianos e aos da língua inglesa pelo mundo! Caro Lelot, mais uma vez, obrigado pela sua resposta sincera e, se voce chegou até aqui, obrigado pela paciência lendo isso tudo. Sem rancor nenhum, só querendo esclarecer. Não posso ficar calado. Abração, Ricardo Bocão “ 

Pela ênfase e coerência cronológica de suas palavras, não tenho dúvidas quanto à veracidade dos fatos narrados. Por falta de acesso a informações tão detalhadas, fiquei mesmo devendo uma para o Bocão, e espero que esta matéria possa reduzir meu débito com ele. Mas é com enorme satisfação que avalizo a grande contribuição de um dos maiores ícones do surf brasileiro no escasso rol de idéias e invenções que causaram algum impacto na evolução das pranchas dentro da história do surf, e que, no caso das quad, ainda deverão causar muito mais impacto, nos próximos anos.


Carta de Reconhecimento do Editor: “Reconheço que eu também, há alguns anos atrás, ao escrever uma matéria a respeito da história das quilhas para o site WAVES, também não possuia informações tão detalhadas e até então, para mim, o inventor das quatro quilhas, havia sido Glenn Winton mas, contudo, porém, entretanto, recebi essa carta do Bocão esclarecendo e comprovando a verdadeira ordem dos fatos, encerrando qualquer dúvida que pudesse haver com relação  ao verdadeiro criador das quad… mais do que isso… Bocão não mencionou acima, mas criou também, na mesma época, o “bico de pato”, que integrava o design da sua Quatro quilhas. Quem viveu essa época, sabe do que estou falando.”  (continuação abaixo…)

“Considero o Bocão um dos maiores visionários da história das pranchas à nível mundial, pois tudo o que ele criou têm se mostrado à cada dia mais atual do que nunca: Além das quad terem sido reintroduzidas pelo Slater há cerca de 10 anos atrás, estão voltando agora com força, após a vitória do Filipe Toledo sobre Medina, na Piscina do ET em Lemoore neste ano de 2021. E o seu “bico de pato”, inspirou a criação dos modelos mais futurísticos da atualidade: a NITROSK8 (saiba mais) e a CYMATIC, com a qual Slater conquistou a Triple Crown de 2019, arrebentando as ondas de Haleiwa e Sunset com 6 a 8 pés sólidos.  Só me resta tirar o chapéu para o  Mestre Bocão, não somente pela sua trajetória como atleta, mas também pelo seu pioneirismo e inovação que o credenciam como eterno “mito” brasileiro no mundo das pranchas e prova viva de que os shapers brasileiros sempre foram tão bons, quanto nossos atletas têm mostrado ao mundo, nos tempos atuais. Parabéns Bocão, você está entre os caras que mais admiro, em toda a história do surf brasileiro”  Henry Lelot


 


COMO MARCAR AS QUILHAS 


FUNCIONAMENTO HIDRODINÂMICO DAS QUILHAS      

As quilhas são muito importantes no funcionamento da prancha, podendo tanto otimizar, quanto comprometer o funcionamento da prancha, em função de suas particularidades. Para compreender sua influencia, é necessário conhecer suas variáveis, e como estas exercem influencia na performance dentro d’água:

TEMPLATE

É a curva de outline da quilha

AREA

É a área do template projetada em duas dimensões, sendo medida em polegadas elevadas ao quadrado. A área da quilha deve estar proporcionalmente de acordo com o peso do surfista e seu grau de habilidade. Quanto mais leve o surfista, menor deverá ser o tamanho das quilhas e vice-versa. Porém, quanto maior o grau de habilidade, maior a pressão exercida sobre a prancha, e maior deverá ser o tamanho da quilha. Levando em conta essas duas variáveis o shaper deve escolher a quilha com área ideal para cada cliente.

BASE

É o comprimento da quilha onde ela encontra a prancha. Quanto maior a base, maior área a quilha terá para empurrar contra a água, e consequentemente, maior drive (direção) terá a prancha. Quanto menor a base, mais curto será o arco nas manonbras.

PONTA (TIP)

É a extremidade vertical da quilha, oposta à base. Quanto mais área na ponta, maior drive e impulsão. Quanto mais estreita, maior agilidade, porém menor impulsão.

PROFUNDIDADE (DEPTH)

É a distancia que a quilha penetra dentro da água. Afeta a segurança e o controle que a quilha tem em uma cavada ou mudança de direção. Quanto menor a profundidade, mais facilmente a prancha irá derrapar (desgarrar). Quanto maior a profundidade, maior segurança irá proporcionar, especialmente a quilha central.

CURVATURA (SWEEP)

É o ângulo medido entre a linha vertical que parte do centro da base, até o ponto mais alto da quilha. Quanto maior a inclinação do outline da quilha (para trás), mais longo é o arco da curva nas manobras. Quanto menor a inclinação, mais facilidade terá a prancha para pivotear e inverter a direção.


TENDÊNCIAS

Enfim, quilhas de base larga, ponta fina (com menos área), menor profundidade e inclinação, são ideais para ondas pequenas, por gerar maior tração (drive) – em função da base larga – liberar a água com mais facilidade – em função da ponta mais fina – derrapar sem desgarrar – em função da menor profundidade e pivotear mais facilmente, graças a menor inclinação do outline. Já para o dia a dia e ondas maiores, as quilhas podem ter a base um pouco mais estreita – para proporcionar mais estabilidade nas curvas – ponta com área levemente maior – para obter maior impulsão – profundidade proporcionalmente maior com relação ao tamanho e a força das ondas – e inclinação maior, para garantir um arco mais fluído nas curvas, como pede o surf moderno.


FOIL – É a seção hidrodinâmica da quilha no sentido longitudinal, a partir do edge dianteiro até o edge de saída. O foil afeta a forma como a prancha se move dentro d’água, gerando tanto lift (impulsão), quanto drag (arrasto). Normalmente as quilhas laterais possuem foil apenas do lado externo, o que teóricamente pode reduzir a velocidade da prancha. Com base nessa teoria, a FCS criou as quilhas laterais com duplo foil, ou seja, foil também no lado interno (inside foil), visando aumentar o lift (impulsão) e reduzir o drag (arrasto hidrodinâmico), conferindo maior segurança e velocidade à prancha; mas apesar da popularização do conceito, a teoria ainda é questionável, considerada a preferência dos competidores do WT pelas quilhas fixas com foil apenas na parte externa (half foiled) das quilhas laterais.

FLEX – É a capacidade de flexão e deflexão da quilha. Da mesma maneira que um arco e flexa, quanto maior a flexão, e mais rápida a deflexão, maior a impulsão. Quilhas com muita flexão e pouca deflexão, como o plástico, não proporcionam boa impulsão. Já o carbono possui ótima deflexão, porém pouca flexão, o que também restringe a impulsão. O Material que possui maior grau de flexão e também de deflexão é a fibra de vidro, que consequentemente possui maior impulsão entre os materiais atualmente utilizados.

 

CANT – É o angulo das quilhas em relação a superfície do fundo da prancha. A angulação certa – que varia em função do tipo de bottom (fundo) utilizado na área da rabeta –  permite que o surfista se apóie nas bordas por mais tempo durante as curvas. Uma quilha muito angulada terá tendência a desgarrar com facilidade. Pouca angulação não permite curvas mais alongadas como pede o surf moderno.

 

TOE – É o ângulo das quilhas em relação a longarina da prancha. Pouca angulação ocasiona menor arrasto hidrodinâmico, e consequentemente maior velocidade, porém menor manobrabilidade. Muita angulação garante a manobrabilidade, porém ocasiona menor velocidade. A angulação ideal garante velocidade e manobrabilidade.

DISTANCIA DA RABETA

Quanto maior a distancia das quilhas em relação a ponta da rabeta, mais solta será a prancha, porém terá menos drive (impulsão/direção). Quanto menor essa distancia, mais drive, porém menor manobrabilidade.

 

 DISTANCIA DO OUTLINE

Quanto maior a distancia das quilhas laterais em relação a linha do outline da prancha, menor será a distancia entre elas e vice-versa. Surfistas com pé pequeno em relação a sua altura, como é o caso especialmente das meninas, devem ter as quilhas posicionadas um pouco mais distantes da linha do outline, ou seja, mais próximas entre si, facilitando desta maneira, a troca de bordas.

 

DISTANCIA ENTRE AS QUILHAS

Quanto maior a distancia entre a quilha traseira e as laterais, maior drive (direção/impulsão), porém menor manobrabilidade. Quanto menor a distancia, a prancha ganha em manobrabilidade, porém perde em drive.


GLOSSÁRIO

LIFT – É a impulsão proporcionada pela força que a água exerce sobre as quilhas, direcionando a prancha de um ponto ao outro na onda. Quanto mais lift, maior impulsão e segurança (hold).

DRAG – É o arrasto hidrodinâmico. Quando em excesso gera atrito, freiando a prancha. Quanto menor o arrasto, maior a velocidade.

DRIVE – É a capacidade de impulsão da prancha ao se direcionar de um ponto da onda ao outro, após cada curva feita pelo surfista.

HOLD – É a segurança proporcionada pela prancha durante as curvas feitas pelo surfista. Hold em excesso tira a manobrabilidade da prancha. A falta de Hold faz com que a prancha desgarre (derrape)  durante as manobras.


CONSIDERAÇÕES FINAIS

São muitas variáveis que compõem o funcionamento da prancha. E o grande desafio  do shaper é saber como equilibrar todas essas variáveis, para proporcionar ao surfista o máximo de velocidade, impulsão e manobrabilidade, com o mínimo de arrasto hidrodinâmico.


 


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As Novas Rabetas do Futuro

Novas Rabetas em todo o Planeta

A cada dia são criados novos conceitos, novos designs e consequentemente surgem novas variações de rabetas, com ângulos e curvas que variam de acordo com a criatividade de cada shaper:

Rabeta Double Wing Channeled Swallow by Steve Boehne

Round Split Diamond (Model: The Can Opened – by Murray Bourton)


Wings & Canaletas

Algumas rabetas possuem Wings (pequenas aletas laterais) do tipo “Cut Off”, que permitem subtrair área da rabeta, encurtando o arco das manobras e fazendo com que a prancha mude de direção com mais agilidade, ou do tipo “Add On”, quando o objetivo é aumentar o drive (projeção) através de um outline mais paralelo a partir do wing até o meio da prancha. O shaper pode aplicar um ou mais Wings, cada um com sua função e de acordo com a sua preferencia, em relação ao design de cada modelo e sua proposta.

Algumas rabetas possuem ainda uma, duas ou mais canaletas, que são projetadas para proporcionar maior drive e consequentemente projeção. O modelo HT2.5, usado por Filipe Toledo em ondas pequenas e médias, possui duas pequenas canaletas na saída da rabeta, a partir da última quilha, com o objetivo de aumentar o grip nas cavadas, garantir maior impulsão, alongar o arco e ampliar a expressão das suas manobras, o que tem funcionado muito bem para a linha de surf do Filipe. 


Rabetas Assimétricas

Muito populares na Califórnia e lugares onde existem point breaks, são rabetas com lados diferentes sendo a característica principal ter sempre um lado com maior comprimento do que o outro, sendo que o lado maior é projetado para fazer arcos mais longos, proporcionando drive e impulsão e o lado menor proporcionando arcos mais curtos, invertendo a direção com agilidade. Normalmente funcionam melhor para um lado da onda.

Na época em que residi na Califórnia, entre 1984 e 1986, costumava surfar nas direitas de Malibu beach e tive duas pranchas com rabetas assimétricas: a que possuía o lado esquerdo maior, verticalizava mais, porém, eu tinha dificuldade para conectar a segunda seção, mais rápida e tubular, comprometendo o percurso na onda. Mas a outra, com lado direito maior, me permitia alongar o arco da cavada para arriscar um round house cut back na primeira seção, proporcionando uma nova cavada, alongada, utilizando a base da onda para ganhar velocidade e conectar a segunda seção, garantindo leitura e repertório mais adequados, bem como um melhor aproveitamento da onda. 


Rabetas Flexíveis

Rabetas flexíveis proporcionam maior drive e projeção, especialmente nas mudanças de direção, durante o arco das manobras. Na medida em que ao surfista aplica força, a rabeta flexiona proporcionando impulsão extra e arcos potentes, atuando como um estilingue, para projetar a prancha a cada nova seção da onda. Apesar de interessantes, não há informações de terem sido utilizadas em competições e muitos abrem mão de experimentar, em função do risco potencial de um acidente físico de maior gravidade. 


Novas Rabetas By Henry Lelot 

O shaper que busca fazer a diferença com o seu trabalho, costuma estimular sua criatividade para criar novos designs, o que envolve também o desenvolvimento de novas rabetas. Inspirado nos shapers que marcaram época com suas inovações, ao longo da evolução dos designs, sempre busquei novos caminhos para o surf moderno, tendo desenvolvido novas rabetas desde os anos 80 até os dias de hoje, algumas baseadas na combinação das rabetas já existentes e outras ainda mais exóticas, algumas já bem testadas, outras de criação mais recente e ainda em testes, as quais apresento abaixo, com suas respectivas descrições em relação ao funcionamento nas ondas:


Infinity   “Lançamento Set 2019″


Na busca por novas curvas, diferentes de tudo o que já foi inventado em termos de rabeta, mergulhei “fora do quadrado” para chegar ao “insight” desta inusitada variação da Diamond, que batizei com o nome INFINITY (*Set 2019), pelo seu potencial infinito de possibilidades em relação aos mais variados modelos de prancha e tipos de onda em que pode se encaixar com pontas e curvas combinadas em perfeita harmonia, para proporcionar “arcos expressivos” com máxima impulsão, manobrabilidade e fluidez. 


Moby Dick                                                                     


Criei essa rabeta em 1999. Em 2001, a Moby Dick levou os atletas Cristiano Guimarães e Claudemir Bibi Lima aos lugares mais altos do pódio em 2001, conquistando respectivamente o vice campeonato e a terceira colocação do Circuito Brasileiro PRO Super Trials. Anos depois, em 2007, foi a vez do campeão mundial de 2001, CJ Hobgood, vencer o Jeep Body Glove Surf Bout (CA-USA), usando justamente uma prancha com rabeta Moby Dick que, na época, foi considerada sua arma secreta para vencer nas marolas em Trestles, segundo o site Surfline (confira a matéria).

Trata-se de uma variação mais agressiva da Swallow, no mesmo estilo da Half Moon, que proporciona aceleração e velocidade, em função de seu corte em “V” na longarina, que garante arcos curtos e pivoteados, com maior agilidade na troca de bordas.  


Jet                                                                                                 


Desenhada em 2008, durante um insight (momento de inspiração), ficou guardada em meus arquivos e somente em 2016 saiu do papel para as ondas. Foi oficialmente lançada como um dos diferenciais do modelo Jet Fish; nossa test rider Nat Magalhães bateu o olho nela e foi amor à primeira vista. Dentro e fora d’água foi sucesso total, como mostram as imagens abaixo:  

Descendente das rabetas Fish e da Swallow, com corte hexagonal na longarina, fracionando a rabeta em duas partes, a Jet foi inspirada nos famosos jatos supersônicos americanos Mig Jet; suas linhas futurísticas proporcionam máxima aceleração na troca de bordas, permitem gerar maior velocidade e inverter a direção com incrível facilidade, o que a torna uma excelente rabeta para marolas. 


Cat Fish                                                                                                       


Rabeta que vêm sendo desenvolvida desde 2001, Trata-se da inusitada combinação da Swallow com a Round Round, que possui a fluidez de uma Round, na conexão entre as manobras e a agilidade da Swallow na definição das manobras.

A Cat Fish contou com a expertise de um test rider de alto gabarito que ajudou a desenvolver essa rabeta durante anos: o ex-profissional, aerialista, ícone do surf cearense, Sérgio Cavalcante, que considera a Cat Fish, uma das melhores rabetas para performance em ondas pequenas, que ele já surfou, ao longo de toda a sua carreira. 


Spider


Esta rabeta eu mesmo venho testando e desenvolvendo pessoalmente desde 2001. Nasci praticamente dentro dos tubos de Copacabana (Posto5) e gosto de testar eu mesmo, meus designs. As rabetas de minha preferencia são a Diamond e a Round, assim como suas variações, entre elas, a Spider.

Trata-se de uma derivada da Round/Round Pin, que permite fazer um arco contínuo e inverter toda a direção a cada manobra; alcança o 10 pra meio dia com extrema facilidade e costura dentro do tubo como poucas; suas pontas arqueadas ocasionam o cruzamento do fluxo d’água, gerando o drag necessário para andar mais dentro do pocket e mais deep nos tubos. 


Hexagon


A Hexagon foi criada em 2017 e vem sendo desenvolvida por mim mesmo, contando também com o feed back de clientes com nível de surf avançado e do groomet cearense Iago Bellotti, de apenas 7 anos, que tem feito sucesso nas competições e recentemente, com sua Surfskate rabeta Hexagon, foi finalista nas categorias Sub 8 e Sub 10 do Pena Little Monster, evento WSL que tem como objetivo revelar novos talentos para o surf mundial.

Trata-se de uma variação de uma Diamond, rabeta super versátil, que utilizo há anos em minhas pranchas pessoais. O corte em formato hexagonal na extremidade da longarina, foi idealizado com o objetivo dividir a rabeta em duas partes, com o objetivo de conferir mais agilidade na troca de bordas, sem ocasionar efeitos colaterais, como a perda de impulsão. 

A Hexagon tem se mostrado um rabeta muito ágil e responsiva, ao mesmo tempo que proporciona aceleração, velocidade, estabilidade e impulsão acima da média. Vem, a cada dia, superando as mais positivas expectativas e tem tudo para faazer sucesso no surf de alta performance (competições).


Web


Inspirada na rabeta Double Bat do modelo Sci Phi, desenvolvida pelo shaper australiano Daniel Thomson (TOMO), a Web é uma rabeta com bastante área, composta por um Triple Bat, conjugado com uma seção “half moon” na altura da longarina, à exemplo da Swallow Half Moon e Round Half Moon, sempre com o objetivo de proporcionar com arcos redondos e verticais, sem perda de velocidade. Acaba de ser lançada em 2019 e ainda está em teste de campo.


Star


Versão não angulada da rabeta Web. Acaba de ser lançada em 2019 e ainda está em teste de campo.


Arch


Rabeta desenvolvida em 2016, para composição do modelo WaKe Up. Foi inspirada no popular modelo Rocket V3 da Lost, desenvolvido pelo shaper Americano Matt Biolos e também nas pranchas de Wakeboard utilizadas pela Bi-Campeã de Wakesurf Ashley Kidds, na conquista de seus dois títulos mundiais > Saiba mais   


Crescent


Rabeta também desenvolvida por mim em 2016, para composição do modelo WaKe Up. Inspirada em uma das rabetas mais utilizadas nas pranchas dos melhores bodyboarders do Planeta > Saiba mais


Gear


A Gear é uma variação da rabeta Round Round criada por mim neste ano de 2019, composta por 02 pequenos cortes laterais em formato swallow, ocasionando a aparência de uma engrenagem, a Gear tem como objetivo proporcionar maior segurança e arcos mais curtos do que a round round, favorecendo as manobras de borda no pocket da onda. Ainda está em testes de campo.


Hang Loose


Trata-se de uma variação de swallow inusitada, criada por mim neste ano de 2019, em comemoração ao verdadeiro espírito do surf, que permeia a alma de todo apaixonado pelo nosso esporte de coração. Estou avaliando sua funcionabilidade, através de testes de campo e pretendo lança-la em algum novo modelo de prancha.


Round Half Moon                                                                          Variação da Round Round, com seção half moon na altura da longarina, criando duas pontas e ampliando a largura na extremidade da rabeta. Acaba de ser lançada em 2019 e ainda está em testes de campo.


Stingrey


Mais uma variação da Swallow, com linhas curvilíneas inspiradas no corpo e nadadeiras da Arraia Manta. Acaba de ser criada (Outubro 2019) especialmente para equipar o novo modelo Drasgter, uma evolution que acaba de ser lançada para atender quem prefere o surf de linha, mas deseja aprimorar suas manobras de borda, sem perder o glide e a fluidez: uma versão moderna da linha de surf que era proporcionada pelas monoquilhas dos anos 70.



Seagle

Variação da Moby Dick, com curvatura do half moon inspirada nas asas de duas aves marinhas: a águia (eagle) e a gaivota (seagull). Acaba de ser lançada em 2019 e ainda está em testes de campo.


Round Split Tail                                              

A Linha Round Split foi criada com 03 variações de rabeta: 

Round Split Diamond


Round Split Squash


Round Split Square


Essa linha de rabetas proporciona maior impulsão na troca de bordas, em função de possuir maior área. Criei a versão Diamond em 2008 e recentemente encontrei outros shapers utilizando variões bastante similares em seus modelos, como a “The Can Opened”, projetado pelo mestre australiano Murray Bourton e a “Bento Box”, desenvolvido pelo shaper Dan O’Hara, da Solid Surfboards.


Beetle


A Beetle é uma variação das rabetas Squash e Thumb, criada por mim em 2004, com pontas arqueadas similares as da Spider, que causam o cruzamento do fluxo d’água na saída da rabeta, possibilitando maior facilidade na troca de bordas, através de arcos angulados e redondos, com ótima performance em ondas pequenas e médias. 


Morea


A Morea é uma inusitada variação da Round/Round Pin, também criada por mim em 2006, com pontas mais profundas e arqueadas que, assim como a Spider e a Beatle, ocasionam o cruzamento do fluxo d’água na saída da rabeta, facilitando a troca de bordas, especialmente desenvolvida para modelos da linha Fun e Long.


Squared Swallow                                                             


Mais uma variação da Swallow, inspirada nas pranchas de Sup Wave da atualidade, que garante mais área nas pontas, proporcionando maior impulsão na troca de bordas, em relação a uma swallow convencional.



Enfim, alguns são mais conservadores, outros buscam a vanguarda ou novas idéias… O verão está chegando e é hora de pensar em qual rabeta você deseja experimentar em sua nova prancha. Opções agora não faltam…  Alohaaa, boas ondas.



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A MELHOR RABETA PARA SUA PRANCHA

 A Evolução das Rabetas    Por Henry Lelot

Vamos abordar nesta matéria, um estudo a respeito do funcionamento hidrodinâmico dos diversos tipos de rabetas existentes no mercado, desde as mais populares, incluindo as assimétricas, as flexíveis e até mesmo as últimas criações por parte de shapers de todo o planeta:

O outline costuma ser a primeira referência considerada pelo surfista ao avaliar a performance de sua prancha. A rabeta faz parte do outline e há vários tipos disponíveis no mercado como squash, square, swallow, round e round pin, que são as mais populares.

Cada rabeta influencia de maneira diferente o arco que a prancha faz na onda, a cada manobra. Mas, o que realmente faz a diferença é a largura da rabeta, onde maior área significa maior projeção e menor área, manobrabilidade:


MAIS LARGAS

Rabeta Square

Se o surfista consegue afundar uma maior parte da prancha para dentro de água durante as manobras, consegue maior impulsão (projeção). É a mesma teoria de quando  afundamos uma bola dentro d’água… se estiver cheia de ar, pulará para fora da água com mais impulsão. Por isso, quanto maior a área (largura) da rabeta, como a Square, melhor a performance em  ondas pequenas.


MAIS ESTREITAS

Rabeta Round Pin

Rabetas com menor área impulsionam menos, mas quem precisa de impulsão em ondas grandes? Por serem mais estreitas (menor área), são mais coladas na água, proporcionando maior conforto e segurança, especialmente em ondas maiores e mais fortes.


As Rabetas mais populares…

 Rabeta Swallow


Abaixo: Round Squash    🚀    Acima: Round Pin    🚀 

A Round Squash continua sendo a rabeta mais popular desde a criação da “Thruster” triquilha) pelo australiano Simon Anderson, em 1981, seguida pela Swallow e suas variações como a Fish e a Round Swallow, mais conhecida como Half Moon, que permite um arco mais curto e ao mesmo tempo redondo, devido ao seu formato; ambas as variações são mais comumente encontradas em pranchas para dia a dia e ondas pequenas.

Rabeta Round 

Também chamada “Round-Round” para diferenciar da Round Pin, uma vez que não tem ponta, é outra rabeta bastante usada: versátil, inverte a direção fazendo arcos mais curtos, usando menor espaço na onda, possui muita agilidade e fluidez nos movimentos. Ideal para ondas de qualquer tamanho, mas com um mínimo de força, uma vez que é mais estreita do que a Squash e a Swallow, possui, consequentemente, menos impulsão e conta um pouco mais com a força da onda. Já a Round Pin é a rabeta mais usada nas pranchas para ondas ondas maiores, mais fortes, cavadas e tubulares. Seu outline com mais curvatura e ponta na extremidade, garante a manobrabilidade necessária, quando entra o swell e o mar sobe. É a mais estreita de todas.

Rabeta Round Squash

Gabriel Medina usa rabetas de acordo com as condições de mar: em ondas maiores, Round Pin, nas marolas, Swallow, no dia a dia, Squash ou Thumb, um meio termo entre Round e a Squash, que tem se popularizado nos últimos anos. Outra rabeta super funcional, responsiva e bastante popular é a Diamond que, em decorrência de suas bordas possuírem menor extensão do que o comprimento da prancha na longarina, garante um linha de surf bastante manobrável e versátil em qualquer tipo de onda.

Rabeta Diamond


Se você quiser conhecer novos e diferentes tipos de rabetas que vêm sendo desenvolvidas em todo o planeta, clique aqui em Saiba Mais.



O verão está chegando e é hora de pensar em qual rabeta você deseja experimentar em sua nova prancha. Conte com o meu suporte online via whatsapp ou entre em nosso grupo Shape Online.

Alohaaa e boas ondas,


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MESTRE LELOT NA HARDCORE

Confira Matéria Especial a respeito dos cursos ministrados pelo Mestre Lelot, na última edição da Revista HARDCORE – Novembro/2017:

CAPA HARDCORE - HENRY LELOT


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A ALMA DE SUA PRANCHA

Onde fica a Alma da Prancha?


Com certeza não fica nas engrenagens de uma máquina de usinagem, nem nas mãos de um back shaper. Mas afinal, onde ficaria a alma de uma prancha? a resposta é simples: onde o shaper que a projetou estiver, ali estará a alma de sua prancha… Mas não qualquer shaper, eu falo do shaper verdadeiro, o shaper de alma, aquele que não é movido pelo dinheiro, que ama o que faz e faz o que ama… 

Com a chegada da máquina, uma nova geração de shapers resolveu aprender a fazer pranchas, e estão no mercado aprendendo a cada dia, fazendo pranchas como hobbie, boa parte não sabe ao menos fazer uma prancha na mão. Existe uma outra linhagem de shapers, os chamados “hand shapers”, que nunca usaram máquinas, ou preferem não usar… Cada shaper, seja iniciante ou mais experiente, vem trilhando um caminho individual em sua evolução como shaper, mas suas opções estão certas ou erradas? representam o futuro ou o passado, em relação ao mundo das pranchas? 

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Shape x Design


Atualmente, os fornecedores de insumos (revendedores de matéria-prima, fabricantes de blocos e proprietários de máquinas) vem oferecendo cada vez mais facilidades para o shaper, na busca pela preferencia dos clientes, mas trata-se de uma faca de dois gumes… o verdadeiro shaper precisa manter a sua identidade, ser shaper sem deixar de continuar a ser o designer, ou melhor, a alma de suas pranchas… precisa ter uma participação sempre ativa, mesmo usando máquina, elaborando ele mesmo cada projeto, conjugar sua experiencia sempre com as mais avançadas tecnologias disponíveis, buscar se aprimorar cada vez mais, trabalhar com maior numero de medidas, maior minucia, detalhar mais o seu trabalho. A verdade é que a arte de se fazer pranchas está a caminho de se tornar cada vez mais uma refinada técnica profissional, em que a tecnologia não pode ser desprezada…

Já não é segredo que as maquinas não entregam as dimensões projetadas com a confiabilidade necessária, logo, se o próprio shaper se reduzir a fornecer apenas as medidas básicas para o fornecedor, receber o pré-shape e apenas alisar sem conferir minuciosamente as medidas, questiono então, onde fica o “designer”, que projeta e executa cada prancha minuciosamente sob medida para cada cliente? muito importante não ceder às facilidades excessivas e não deixar de ser o projetista, ou onde estaria a alma de suas pranchas? 

   

Há também os shapers residentes que se renderam aos gringos… baixaram  a cabeça e aceitaram produzir pranchas de marcas internacionais em nome do dinheiro e da oportunidade de entrar nas lojas como marca de segunda linha. 

No Brasil prevalece a cultura de supervalorizar tudo o que vem de fora… shapers brasileiros residentes no exterior, como Xanadu, Zouvi e Cabianca, entre outros, já possuem o reconhecimento internacional… Mas os shapers brasileiros residentes, ao invés de aguardarem passivos que, em algum momento futuro, o mercado volte a nos favorecer, precisam investir na aquisição e no desenvolvimento de novas tecnologias e insumos que permitam aumentar sua competitividade em relação às lojas, que hoje detém aproximadamente 90% do mercado nacional. 

Os atletas brasileiros, quando atingem um certo nível nas competições, têm sido seduzidos pelas pranchas gringas… em algum momento da fama e deslumbre, esquecem de como tudo começou, do trabalho em conjunto com seu shaper, do tempo que levaram pra afinar e ajustar o equipamento, então depois de algumas vitórias, vendo amigos e colegas do circuito com pranchas gringas, tudo é jogado fora, todo aquele trabalho feito não vale mais de nada, porque a prancha é nacional, os amigos, colegas e adversários de circuito só usam pranchas gringas… A mídia e o marketing é dos gringos… O status… O ego… Hoje quando você propõe uma parceria com algum atleta, ele não sabe se aceita por já estar seduzido em usar uma marca gringa, até mesmo feita no Brasil, mas de seda gringa…


As Pranchas de Loja 


 

Aqui uma questão digna de polêmica, mas a verdade seja dita: as pranchas gringas de loja  são cópias… sim, apenas cópias, feitas por licenciados, em escala industrial, através de máquinas e simplesmente não atendem as necessidades dos surfistas mais experientes, que buscam evoluir o seu surf, como os competidores e quem já possui maior grau de habilidade. São pranchas semi-padronizadas, disponíveis em número limitado de opções de tamanho, largura, espessura e litragem… nada que se compare ao trabalho desenvolvido quando você encomenda sua prancha diretamente com o shaper, à exemplo dos melhores surfistas do mundo.

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Mas o fato é que o shaper brasileiro possui hoje um forte concorrente: as Lojas, que oferecem inúmeros modelos de pranchas, populares mundialmente, desenvolvidos pelos melhores shapers do mundo. Como o shaper brasileiro pode fazer frente a uma tão forte estratégia de marketing, associada ao complexo de vira-latas do brasileiro ? Como disputar o mercado com as lojas?  

Uma boa saída seria a possibilidade de oferecer aos seus clientes, um maior número de modelos, entre eles, os modelos internacionais encontrados nas lojas, seria uma maneira competitiva de disputar o mercado de pranchas com as Boardshops, que atualmente detém a maior fatia do mercado, em função da cultura brasileira valorizar as marcas estrangeiras, em detrimento do produto nacional… 

Uma boa opção para obter maior competitividade em relação às pranchas das lojas,  seria a possibilidade de oferecer aos seus clientes, além dos modelos desenvolvidos por cada shaper, uma maior variedade, incluindo os modelos internacionais disponíveis nas lojas. Seria uma maneira de disputar o mercado com as Boardshops, que atualmente detém a maior fatia do mercado, em função da cultura brasileira de valorizar as marcas estrangeiras, em detrimento do produto nacional.

Com o objetivo de facilitar a vida do shaper, aumentar sua competitividade em relação às lojas e retomar a sua fatia de mercado, desenvolvi uma nova tecnologia de shape que batizei com nome de “Masterização de Designs”. Ela permite ao shaper reproduzir qualquer modelo internacional disponível pela internet ou nas lojas, de forma totalmente customizada para cada cliente >>> Saiba Mais



SHAPER BIO

Davenia Ferraz

 O lado feminino no mundo das Pranchas Não é comum encontrar uma mulher na sala de shape, são poucas atuando profissionalmente em todo o mundo, Davenia é uma delas, foi a primeira a se profissionalizar como shaper no Brasil e já atua há mais de 19 anos no mercado. Em 2003, após um campeonato de

TOP SURFERS

Campeões que usaram nossas Pranchas

Ao longo da carreira, Mestre Lelot teve a oportunidade de fazer pranchas para campeões mundiais como o australiano Mark Occhilupo, que em 1997 usou suas pranchas durante a etapa brasileira do Circuito Mundial no Brasil (Alternativa) e fez uma final histórica contra Kelly Slater.    MARK OCCHILUPPO  Desde então, grandes atletas passaram a procurar o shaper

TEST RIDERS

Atletas que usam nossas Pranchas

Clique em nome ou imagem de cada atleta: Gugu Nitrosk8 O Sub 14 Paraense Gustavo Roberto,  mais novo expoente do Surf Brasileiro, há pouco tempo, era somente uma promessa, mas agora é a grande aposta de todos que vêm acompanhando a evolução do seu surf >>>  Saiba mais Natsurf A pequena sereia Nat Magalhães, ou

CUSTOM INSPIRED MODELS

Encomende sua Prancha

Clique nos links abaixo e encontre o modelo ideal para o seu perfil: SEARIDER / Evolution - Mid Lenght     Small Waves Grovelers Step Ups Mid Lenght Retro Longboards Stand Up Paddles     KItewave & Wake Cálculo do Volume Ideal                 Calcule a "Litragem" adequada para o seu

NITROSK8

The Dream Board

   De 4´0   a   6´ 7                  Round Split Diamond / Jet / Hexagon / Infinity     Intermediário / Avançado / PRO           Fracas, Médias ou Fortes  até 2,0 m A NITROSK8 é a prancha mais moderna e radical do mercado, que vem para revolucionar e

TURBOSK8

Boost your Surfing

A Versão Turbinada da NITROSK8  The Next Level  Trata-se de uma Edição Limitada da NITROSK8, totalmente "Fora de Série", desenvolvida exclusivamente para aqueles que buscam o que há de melhor em termos de pranchas. Assim como uma Ferrari, cada uma é feita de maneira totalmente artesanal. Resultado da mais Pura Arte combinada com as mais Avançadas

TECNOLOGIA DE PONTA

Database Master3D

O Sistema de Shape mais Avançado do Planeta O Master3D chega para revolucionar o mundo das pranchas com uma proposta totalmente inovadora, trazendo novos conceitos e permite a replicação customizada de qualquer modelo de prancha existente no mercado e a reprodução fiel de pranchas mágicas, com garantia de funcionamento muito similar dentro d'água. Um desafio considerado praticamente impossível,

TURBO CHANNEL

Sistema de Propulsão Natural

Inspirado na Formula 1 Motonáutica, o shaper brasileiro Henry Lelot desenvolveu um incrível sistema de turbinamento natural, que pode revolucionar o mundo das pranchas: Tecnologia Milenar Polinésia Há mais de 1.000 anos, os antigos polinésios atravessaram oceanos com suas canoas "Kaulua Wa’a”, para chegar ao Tahiti e Hawaii, por volta do século IX DC, cerca

BOOSTER BEAMS

A Impulsão Inquebrável

Booster Beams Booster Beams é um sistema de reforçamento estrutural desenvolvido pelo Mestre Lelot, que tem como objetivo fortalecer a prancha e aumentar sua impulsão, através da combinação de hastes flexíveis aplicadas no fundo da prancha, em formato parabólico, acompanhando as bordas, como mostram as imagens. A invenção atua como auxiliar na tração e resistência da prancha,

ECO ART GLASSING

Laminando Obras de Arte

ECO ART Glassing @ 2019 Um dos primeiros shapers a produzir pranchas de EPS/Epoxy no Brasil e no mundo, Mestre Lelot foi um dos maiores responsáveis pelo desenvolvimento e divulgação dos produtos Keahana no mercado nacional, primeiro fornecedor especializado em Eps-Epoxy para o segmento de pranchas de surf. Por volta de 2003, observando as deficiências do Eps de baixa

CONSÓRCIO POUPRANCHA

Consórcio de Pranchas

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STOCK BOARDS

Stock Boards 

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SMALL WAVES BOARDS

Pranchas para Ondas Pequenas

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GROVELERS & HYBRIDS

Pranchas para todo tipo de Onda

Clique no nome e imagem de cada modelo: Neil Diamond                              Lançamento Neck Beard 2                               Lançamento Fishbeard                       

RETRO & VINTAGE

Pranchas que marcaram época

Clique no nome e imagem de cada modelo: Gun Single Fin - Bill Barnfield The Stinger - Ben Aipa The Round Tail - Graham Smith Lis Fish Original - Steve Lis Bonzer Russ Short - Campbell Bros MR Twin 1980 - Mark Richards 81 Thurster - Simon Anderson The Saint - Martin Potter - G.Pang

FUNS & MIDLENGHTS

Pranchas para Iniciação e Diversão

Clique no nome e imagem de cada modelo: Moe                                                    Lançamento CI Mid                                        

STEP UPS, & GUNS

Pranchas para Ondas Maiores

Clique no nome e imagem de cada modelo: Sweet Spot 2.0 Hit the Road Hyper II Coming Soon: Hyper III - Gran Kahuna - SK8 Gun - Sweet Spot 3.0 /* simple flat #10151 */#ptp-10151{border-color:#ddd;padding:0;margin-left:0;margin-right:0}#ptp-10151 div.ptp-item-container{border-radius:0}#ptp-10151 div.ptp-item-container div{margin:0}#ptp-10151 .ptp-highlight div.ptp-item-container{border-color:#ddd}#ptp-10151 div.ptp-plan{border-top-right-radius:0;border-top-left-radius:0;font-size:1em;border-color:#ddd;background-color:#ddd;color:#333;padding:.9375em 1.25em}#ptp-10151 div.ptp-plan .has-tip{border-bottom:dotted 1px #333;color:#333}#ptp-10151 .ptp-highlight div.ptp-plan{border-color:#ddd;background-color:#ddd;color:#333}#ptp-10151 .ptp-highlight div.ptp-plan .has-tip{border-bottom:dotted 1px #333;color:#333}#ptp-10151 div.ptp-price{font-size:1.25em;background-color:#eee;color:#333;padding:.9375em 1.25em}#ptp-10151 div.ptp-price .has-tip{border-bottom:dotted

KITEWAVE & WAKE

Kitewave & Wakesurf

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LONGS & MALIBUS

Do Clássico ao Progressivo

Clique no nome e imagem de cada modelo: Obsessed                                        Lançamento Pro Rider                                         Lançamento Easy Rider Soul Glider

STAND UP PADDLES

Pranchas para Stand Up Paddle

Clique no nome e imagem de cada modelo:   Rider Pro Wave Surf Music /* simple flat #10151 */#ptp-10151{border-color:#ddd;padding:0;margin-left:0;margin-right:0}#ptp-10151 div.ptp-item-container{border-radius:0}#ptp-10151 div.ptp-item-container div{margin:0}#ptp-10151 .ptp-highlight div.ptp-item-container{border-color:#ddd}#ptp-10151 div.ptp-plan{border-top-right-radius:0;border-top-left-radius:0;font-size:1em;border-color:#ddd;background-color:#ddd;color:#333;padding:.9375em 1.25em}#ptp-10151 div.ptp-plan .has-tip{border-bottom:dotted 1px #333;color:#333}#ptp-10151 .ptp-highlight div.ptp-plan{border-color:#ddd;background-color:#ddd;color:#333}#ptp-10151 .ptp-highlight div.ptp-plan .has-tip{border-bottom:dotted 1px #333;color:#333}#ptp-10151 div.ptp-price{font-size:1.25em;background-color:#eee;color:#333;padding:.9375em 1.25em}#ptp-10151 div.ptp-price .has-tip{border-bottom:dotted 1px #333;color:#333}#ptp-10151 .ptp-highlight div.ptp-price{background-color:#eee;color:#333}#ptp-10151 .ptp-highlight div.ptp-price .has-tip{border-bottom:dotted 1px #333;color:#333}#ptp-10151 div.ptp-cta{border-bottom-right-radius:0;border-bottom-left-radius:0;background-color:#eee;padding-top:1.25em;padding-bottom:1.25em}#ptp-10151 .ptp-highlight div.ptp-cta{background-color:#eee}#ptp-10151 a.ptp-button{border-radius:0;font-size:1em;color:#fff;background-color:#3498db;border-bottom:#2980b9 4px solid;margin:0}#ptp-10151

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